Trump suspende restrições à exportação de tecnologia para a China
As principais autoridades econômicas dos Estados Unidos e da China retomam nesta segunda-feira (28), em Estocolmo, as negociações para tentar resolver disputas comerciais de longa data entre as duas maiores economias do mundo.
O objetivo é prorrogar a trégua nas tarifas entre os países por mais três meses, segundo a agência de notícias Reuters.
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As negociações terão início em Rosenbad, sede do primeiro-ministro sueco no centro de Estocolmo, informou a Reuters. As bandeiras da China e dos EUA já estavam hasteadas no local.
A China tem até 12 de agosto para firmar um tratado tarifário duradouro com o governo Trump. O prazo foi definido após acordos preliminares entre Pequim e Washington em maio e junho, que buscavam encerrar semanas de escalada tarifária e disputas envolvendo minerais de terras raras.
Sem um acordo, as cadeias globais de suprimentos podem enfrentar nova turbulência, com tarifas dos EUA voltando a patamares de três dígitos — o que equivaleria a um embargo comercial bilateral.
As negociações em Estocolmo acontecem logo após o maior acordo comercial já firmado por Trump com a União Europeia, no domingo, que estabelece uma tarifa de 15% sobre a maioria das exportações do bloco para os EUA, incluindo automóveis.
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Não se espera um avanço semelhante nas negociações entre EUA e China, mas analistas avaliam que é provável uma nova prorrogação de 90 dias da trégua tarifária e do controle de exportações firmado em meados de maio.
A prorrogação evitaria uma nova escalada nas tensões e facilitaria o planejamento de uma possível reunião entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping no fim de outubro ou início de novembro.
Um porta-voz do Tesouro dos EUA não comentou uma reportagem do jornal “South China Morning Post” que, citando fontes anônimas, afirmava que os dois países evitariam impor novas tarifas ou medidas que pudessem intensificar a guerra comercial pelos próximos 90 dias.
O governo Trump está preparado para impor, nas próximas semanas, novas tarifas setoriais contra a China, incluindo sobre semicondutores, produtos farmacêuticos e outros itens.
“Estamos muito próximos de um acordo com a China. Nós realmente fizemos uma espécie de acordo com a China, mas vamos ver como isso vai se desenrolar”, disse Trump a repórteres no domingo, antes de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fechar o acordo tarifário.
O jornal britânico “Financial Times” informou nesta segunda que os EUA suspenderam restrições às exportações de tecnologia para a China, com o objetivo de não prejudicar as negociações comerciais.
Segundo o jornal, o Departamento de Indústria e Segurança do Departamento de Comércio — responsável pelos controles de exportação — foi orientado a evitar medidas mais rígidas contra a China. A informação teria sido confirmada por fontes atuais e ex-funcionários.
A Reuters informou que não conseguiu verificar a reportagem de forma independente. A Casa Branca e o Departamento de Comércio não responderam aos pedidos de comentário feitos fora do horário comercial.
Donald Trump, presidente dos EUA, e Xi Jinping, presidente da China, em foto de 29 de junho de 2019
Reuters/Kevin Lamarque
EUA e China retomam negociações nesta segunda e podem prorrogar trégua por três meses, diz agência
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