Página Inicial Política Fraude no INSS: muito grave politizar combate à corrupção, diz ministro

Fraude no INSS: muito grave politizar combate à corrupção, diz ministro

Publicado pela Redação

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho, alertou, em vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (8), sobre a gravidade de usar “mentira” ou “truques” para politizar o combate à corrupção, em meio ao escândalo de fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

“É grave, muito grave usar a mentira ou truques de contexto para enganar o povo, para politizar um tema tão relevante para o país, que é o combate à corrupção”, afirmou o ministro da CGU.

Ele defendeu as investigações sobre o caso e afirmou que “é sempre hora de corrigir o que está errado“.

“Desde o início dos trabalhos neste governo, recebemos a orientação do presidente Lula que a CGU seja implacável contra qualquer ato de corrupção. E é isso que estamos fazendo. É sempre hora de corrigir o que está errado, com verdade, justiça e respeito a quem mais precisa”, disse Carvalho.

O ministro aproveitou a ocasião para reafirmar o compromisso em responsabilizar os culpados pelos desvios.

“Estamos investigando quem são as pessoas culpadas, quando desviaram e como irão pagar pelo crime. A Polícia Federal segue investigando e, tenham certeza, os culpados serão punidos”, apontou Carvalho.

A filmagem vem na esteira do vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o esquema de fraude bilionária na autarquia. A postagem atingiu 100 milhões de visualizações em 24 horas na quarta-feira (7).

“Estão dizendo por aí que tem R$ 90 bilhões de fraude. Isso não é verdade. O valor se refere ao total de consignados feitos no país desde 2023. Consignados são empréstimos que as pessoas contraem com os bancos. Isso não tem nada a ver com as investigações”, declarou o chefe da CGU. O número foi citado pelo deputado em seu vídeo.

Em 23 de abril, uma operação conjunta entre a CGU e a Polícia Federal (PF) mirou um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. No total, as entidades investigadas teriam cobrado de aposentados e pensionistas um valor estimado de R$ 6,3 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024.

Em entrevista publicada nesta quinta pelo jornal O Globo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a CGU falhou ao não fazer os alertas sobre o que vinha sendo apurado “a nível de ministro”. Segundo ele, o ex-ministro Carlos Lupi, da Previdência Social, não teria sido comunicado diretamente. A avaliação de Rui é de que isso teria possibilitado ao governo ter atuado antes.

Postagem de Nikolas Ferreira

Repetindo o modelo de vídeo usado no caso Pix, que viralizou no início do ano, Nikolas emendou críticas ao governo Lula (PT) e pediu que seus seguidores entrem nos perfis do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pedindo a instalação de uma comissão parlamentar para investigar o caso.

Entre as críticas ao governo federal, Nikolas sugeriu que o governo poderia usar o “dinheiro do povo” para devolver os valores descontados indevidamente (“as vítimas vão ressarcir o prejuízo das vítimas”). Até o momento, porém, não há definição oficial sobre o plano de ressarcimento, nem a fonte dos recursos.

Nikolas também relacionou o salto nos descontos associativos – que não necessariamente seriam todos irregulares – a partir de 2023, no primeiro ano do governo Lula, a medidas descontinuadas que haviam sido implementadas no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Até 2022, os descontos associativos no INSS somavam R$ 706 milhões e tinham altas anuais que, desde 2016, não passavam da faixa dos 30%. Porém, para 2023, já no governo Lula, houve uma alta de 84% nestes descontos; e em 2024, de quase 120%, segundo dados da CGU.

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