Página Inicial Negócios Gastos de brasileiros no exterior foram os maiores em 10 anos até abril, antes do aumento do IOF, revela Banco Central

Gastos de brasileiros no exterior foram os maiores em 10 anos até abril, antes do aumento do IOF, revela Banco Central

Publicado pela Redação


Segundo analistas, despesas no exterior são influenciadas, principalmente, por dois fatores: nível de atividade econômica, que influencia a renda da população, e valor do dólar. Com alta do IOF, gastos no exterior ficarão mais caros. Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 6,58 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, informou nesta segunda-feira (26) o Banco Central.
De acordo com a instituição, este é o maior valor, para esse período, desde 2015 — quando somou US$ 6,87 bilhões, ou seja, em dez anos.
🔎A série histórica para os gastos de estrangeiros no Brasil tem início em 1995.
Camarotti: Oposição tem propostas para derrubar aumento do IOF
Segundo analistas, as despesas no exterior são influenciadas, principalmente, por dois fatores: o nível de atividade econômica, que impacta a renda da população, e o valor do dólar (que mostra queda na parcial deste ano).
O dólar opera em alta nesta segunda-feira (26), cotado a R$ 5,6565, com recuo de 8,64% na parcial de 2025.
Deste modo, Mesmo com a queda no início de 2025, o patamar da moeda norte-americana segue acima do nível médio dos últimos anos.
Somente em abril, as despesas de brasileiros lá fora somaram US$ 1,68 bilhão, as maiores, para este mês, desde 2014 (US$ 2,34 bilhões).
Com aumento da renda e queda do dólar, gastos de brasileiros no exterior subiu em 2025
Reprodução / TV Tem
Aumento do IOF
A equipe econômica anunciou na semana passada o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para compra de moeda estrangeira, o que vai encarecer essas operações.
O imposto só não foi elevado para remessas de brasileiros para contas no exterior direcionadas para investimentos.
Segundo o governo e analistas, o aumento do IOF pode evitar uma queda maior do dólar no Brasil.
Ou, até mesmo, colocar uma pressão de alta na moeda norte-americana, que tem uma tendência histórica de subir em anos eleitorais, como é o caso de 2026.
Contas externas
Já o déficit das contas externas brasileiras avançou 52% de janeiro a abril deste ano, segundo informações do Banco Central (BC).
De acordo com a instituição, as contas externas, isto é, transações correntes, registraram um déficit de US$ 21,43 bilhões nos quatro primeiros meses de 2025, em comparação com US$ 14,12 bilhões no mesmo período do ano passado.
Somente em abril, as contas externas registraram um saldo negativo de US$ 1,35 bilhão, contra um déficit de US$ 1,72 bilhão no mesmo período do ano passado.
O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por:
balança comercial: que é o comércio de produtos entre o Brasil e outros países;
serviços: adquiridos por brasileiros no exterior; e
rendas: remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior.
O Banco Central costuma explicar que o tamanho do rombo das contas externas está relacionado com o crescimento da economia. Quando cresce, o país demanda mais produtos do exterior e realiza mais gastos com serviços também. Por isso, o déficit também sobe.
A piora das contas externas, na parcial até abril, está relacionada principalmente com o desempenho da balança comercial, que teve superávit de US$ 14,9 bilhões. No mesmo período do ano passado, o saldo positivo foi maior: US$ 24,1 bilhões.
➡️Levando em consideração todo o ano passado, o déficit em conta corrente somou cerca de US$ 60 bilhões (valor revisado).
➡️Para o ano de 2025 fechado, o Banco Central estimou, em março, um rombo de US$ 58 bilhões.
Investimentos estrangeiros diretos
O BC também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira registraram queda de janeiro a abril deste ano.
Os estrangeiros trouxeram US$ 27,3 bilhões em investimentos nos quatro primeiros meses de 2025, contra US$ 28,5 bilhões no mesmo período de 2024.
Mesmo assim, os investimentos estrangeiros foram suficientes para “financiar” o rombo das contas externas de US$ 21,43 bilhões registrado no mesmo período.
Somente em abril, os investimentos estrangeiros totalizaram US$ 5,5 bilhões, contra US$ 3,9 bilhões no mesmo mês de 2024.
➡️No ano passado completo, os investimentos estrangeiros diretos no país somaram US$ 71,1 bilhões.
➡️Para o ano de 2025 fechado, o Banco Central estimou, em março, um valor de US$ 70 bilhões.

Você também pode gostar

Deixe seu Comentário