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Glauber Braga anuncia fim da greve de fome

Publicado pela Redação

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) afirmou nesta quinta-feira (17) que vai encerrar a greve de fome. Ele está há oito dias ingerindo apenas soro, isotônico e água, em protesto contra a cassação de seu mandato, aprovado na última semana pelo Conselho de Ética da Câmara.

A decisão ocorre após acordo firmado em reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos- PB). Segundo a assessoria do PSOL, ao longo da greve, o deputado perdeu quase cinco quilos.

“Estou nesse momento suspendendo a greve de fome que anunciei há nove dias. Essa suspensão — depois de dialogar com os movimentos e conversar muito em uma reunião que durou bastante tempo — vem depois de um compromisso que foi assumido pelo presidente da Câmara”, afirmou Glauber em entrevista coletiva.

Além de Glauber, estiveram presentes na reunião a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, líderes do PT e do PSOL na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) e Talíria Petrone (RJ), e a deputada e esposa de Glauber, Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

Nesta quinta, Hugo Motta disse que, após a deliberação do recurso contra a cassação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, dará um prazo de 60 dias até que o caso seja pautado no plenário.

Glauber tem até dia 22 de abril, próxima terça-feira, para entrar com recurso na CCJ. Com o prazo mínimo de 60 dias dado por Hugo para levar o caso ao Plenário, o presidente da Casa garante que a cassação será votada somente no segundo semestre, após o recesso parlamentar.

“Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo”, afirmou Hugo em publicação no X (ex-Twitter).

Talíria Petrone disse que o acordo foi firmado após “pressão dos movimentos sociais e de quem luta pela democracia”. “Que consigamos ter uma saída definitiva que não rompa com o princípio da proporcionalidade e que garanta o óbvio: que o nosso deputado Galuber siga representando o povo que o elegeu”, escreveu.

Próximos passos

O deputado protesta contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados de aprovar um parecer que pede a cassação de seu mandato.

Glauber é acusado de empurrar e expulsar um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) do Congresso Nacional durante uma confusão em 2024. Na ocasião, o parlamentar chegou a chutar o homem.

Conforme as regras internas, Glauber tem até o dia 22 de abril para apresentar um recurso na CCJ contra a decisão do Conselho. Se o recurso for rejeitado pela Comissão, o processo deverá ser analisado pelo plenário. A representação precisa receber ao menos 257 votos para que a cassação seja aprovada.

Segundo a deputada Sâmia Bomfim, o recurso a ser apresentado à CCJ já está pronto e deve ser protocolado na próxima terça-feira (22). A parlamentar também disse que a bancada do PSOL deve se reunir com o presidente da CCJ, Paulo Azi (União-BA), na terça-feira. Um grupo de juristas e religiosos também deve dialogar com Azi e com Hugo Motta nos próximos dias.

Orçamento secreto

Glauber Braga afirma que o processo de cassação de seu mandato não é motivado pelas suas ações contra o manifestante do MBL, mas sim por declarações suas contra o orçamento secreto. De acordo com o deputado, a ação contra ele é fruto de uma articulação política do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

“A suspensão da greve de fome vem a partir de uma mensagem que demonstrou um recuo, uma sinalização importante, contra a perseguição que aqui estava operando. […] Estou suspendendo a greve de fome, mas nós não estamos suspendendo a luta contra o orçamento secreto, contra o poder oligárquico. Não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos assassinos de Marielle, pela responsabilização dos golpistas de plantão. Não estamos suspendendo o conjunto de nossas lutas”, disse Glauber nesta quinta.

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