“Hoje, a sensação que a gente tem é que ninguém sabe direito. Se você está num aplicativo sem chat aberto, sem conteúdo impróprio ou feed infinito, esse design manipulativo, talvez não tenha risco e seja um serviço com classificação livre. Agora, não dá para seu filho poder pegar o celular, abrir um aplicativo e comprar vape de tutti frutti, né?”
Lílian Cintra
A outra face dessa moeda será a checagem de idade. Por ora, a aplicação, que ainda será desenhada, tem sido especulada de três formas:
- Reconhecimento facial: com a câmera do celular, mede características faciais (distância dos olhos, tamanho do nariz e da boca) e um algoritmo estima a idade;
- IA: uma análise do conteúdo do usuário determina sua faixa etária;
- Tokens: por meio dos dados pessoais dos cidadãos à sua disposição, o governo poderia gerar um token anônimo com a faixa etária do cidadão, sem revelar informações como nome, idade ou endereço. Assim que confirmasse a idade na plataforma, o token seria descartado.
Não é bem assim, mas tá quase lá
A partir da derrota do PL 2630, o PL das Fake News, o governo entendeu que regular conteúdo, ainda que o texto fosse mais abrangente, seria um campo minado. Por isso, redirecionou seus esforços para a segurança online e, com essas duas ações, fará valer no digital o que já é regra no mundo físico.
“O que é aplicado no analógico da vida real tem que ser aplicado no digital. É muito absurdo ter que falar isso. Existe um excepcionalismo da internet e parece que tudo para o digital tem que ser recriado, que digital é diferente. Mas não é. A gente viveu transformações tecnológicas que refundaram a sociedade como um todo e não viveu esse tipo de discussão.”