Durante a reunião, Alckmin não deu prazo, mas prometeu atuar em ritmo acelerado. Antes disso, porém, o governo Lula tirou do papel parte do plano: por meio de MP, regulamentou a possibilidade de ZPEs (Zonas de Processamento de Exportação), até então restritas à fabricação de produtos, estenderem seus benefícios tributários para serviços. Leia-se: data centers. A condição é que usem exclusivamente energia limpa e renovável. Dada a condição das ZPEs hoje -das 25 lançadas, as que funcionam não chegam a cinco-, a medida tem nome e CPNJ: vai beneficiar a ByteDance, dona do TikTok, que negocia com a Casa dos Ventos a instalação de um data center no Complexo de Pecém, a 60 km de Fortaleza.
Para Nina, a medida com poucos beneficiários não desagrada, porque a promessa do governo é não parar aí. Mas, diz ele, já há empresas perdendo oportunidades de processar dados no Brasil devido à demora para o plano andar.
Affonso Nina, Presidente da Brasscom
Não é bem assim, mas tá quase lá
Por ser a primeira iniciativa da leva de benefícios a sair do papel, a experiência de data centers no Ceará poderá servir de laboratório para as demais. Para Mariana Garrote, coordenadora de pesquisa do think tank Reglab, os recursos naturais representam um ao mesmo tempo um atrativo, pois o estado se destaca em energia renovável, e um desafio, porque a região sofre com crises hídricas.