O Mounjaro e o Zepbound (ainda não disponível no Brasil), medicamentos da Eli Lilly, assim como os concorrentes Ozempic e Wegovy, da Novo Nordisk, geraram mais de US$ 40 bilhões no ano passado e devem atingir US$ 60 bilhões em vendas em 2025.
Ainda assim, a Novo Nordisk afirmou nesta terça-feira (29) que o aumento de versões genéricas de seu medicamento para perda de peso nos EUA e a concorrência da Lilly em vários mercados devem prejudicar as vendas do Wegovy neste ano.
As empresas têm testado esses medicamentos de GLP-1 para outros usos médicos, além do controle de diabetes e da perda de peso, buscando aumentar as vendas e ampliar a cobertura pelos planos de saúde. Abaixo estão algumas das outras condições para as quais os medicamentos estão sendo usados e testados.
Dependência de álcool
Um estudo conduzido pelo Centro Psiquiátrico Rigshospitalet da Universidade de Copenhague está investigando se a semaglutida –o princípio ativo do Wegovy e do Ozempic –pode ajudar a reduzir o consumo de álcool em 108 pacientes diagnosticados com transtorno por uso de álcool e obesidade.
Doença de Alzheimer
A Novo Nordisk está testando a semaglutida em um ensaio de fase avançada em pacientes com doença de Alzheimer em estágio inicial. O estudo, que incluirá 1.840 pacientes, pode ter resultados preliminares já no final deste ano.
Doenças cardiovasculares
A Eli Lilly estava testando a tirzepatida —o princípio ativo do Mounjaro e do Zepbound —em pacientes com insuficiência cardíaca e obesidade. A Lilly havia dito que incluiria cerca de 700 pessoas no estudo, mas a empresa anunciou em maio que retirou seu pedido de aprovação nos EUA para insuficiência cardíaca.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) apoiou o uso da semaglutida da Novo para aliviar os sintomas de insuficiência cardíaca em pessoas com obesidade em setembro de 2024.
Doença renal crônica
O Ozempic da Novo foi aprovado nos EUA para reduzir o risco de insuficiência renal e progressão da doença, bem como o risco de morte por problemas cardíacos em pacientes diabéticos com doença renal crônica.
A tirzepatida da Lilly está sendo avaliada em um estudo de fase intermediária em pacientes com doença renal crônica e obesidade. A Lilly planeja incluir até 140 participantes, com o estudo previsto para ser concluído no próximo ano.
Doença hepática
A Novo está testando a semaglutida em um ensaio de fase avançada em pacientes com esteato-hepatite não alcoólica (NASH), um tipo comum, porém difícil de tratar, de doença hepática gordurosa. O estudo deve ser concluído em abril de 2029 e incluirá cerca de 1.200 pacientes.
Em um ensaio de fase intermediária para NASH (agora também chamada de esteato-hepatite associada à disfunção metabólica, ou MASH), a tirzepatida da Lilly ajudou até 74% dos pacientes a alcançarem a ausência da doença sem piora da fibrose hepática em 52 semanas, em comparação com 13% dos pacientes em placebo.
Distúrbios neurológicos
Pesquisadores do Centro Dinamarquês de Cefaleia estão testando a semaglutida junto com uma dieta de muito baixa caloria como tratamento para hipertensão intracraniana idiopática de início recente, uma condição associada à obesidade em que a pressão sanguínea dentro da cabeça aumenta. O estudo incluiu cerca de 50 pacientes e deve ser concluído em outubro de 2025.
Apneia do sono
O Zepbound foi aprovado pela FDA (agência reguladora dos EUA) para apneia obstrutiva do sono em dezembro de 2024, tornando-se o primeiro medicamento a tratar diretamente pacientes com esse distúrbio comum, que causa interrupção da respiração durante o sono.