O Hospital Israelita Albert Einstein é considerado o melhor do Brasil pelos médicos, mostra pesquisa Datafolha.
O complexo de saúde com sede no Morumbi, na zona sul de São Paulo, foi o mais citado espontaneamente por 36% dos entrevistados. Em segundo lugar, com quase metade das menções (19%), ficou o Hospital Sírio-Libanês, também na capital paulista.
Quando questionados sobre os três melhores hospitais do país —em primeiro, segundo e terceiro lugares—, os médicos mantêm Einstein e Sírio na liderança, praticamente empatados (56% e 51%, respectivamente), seguidos pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, indicado por 11% dos entrevistados.
A preferência pelo Einstein aparece em uma série de outras respostas sobre elementos específicos de um hospital de excelência. Segundo os médicos, a instituição tem a melhor infraestrutura, os equipamentos mais avançados, o corpo clínico mais qualificado, altos indicadores de qualidade e segurança, é superior em enfermagem e em hotelaria.
“O diferencial do Einstein é o fato de ser uma organização de alta complexidade, com medicina de ponta e corpo clínico de excelência, baseada em uma cultura com princípios judaicos, das boas ações, da assistência à saúde, do ensino e da justiça social”, diz o médico-cirurgião Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
Segundo ele, os bons resultados refletem o fato de a instituição ser amparada em protocolos de segurança sólidos e norteada por um espírito de inovação. “A grande sacada é que conseguimos sinergia entre diferentes áreas. As nossas pesquisas validam as inovações, que são transmitidas nos nossos cursos de graduação e pós, por exemplo”, continua Klajner.
Entre os públicos, o Hospital das Clínicas é o mais admirado pelos médicos, mostra a pesquisa. Ao apontar que hospitais colocam em primeiro, em segundo e em terceiro lugar, 47% citaram o HC de São Paulo, 8%, o InCor, e 6%, o Hospital das Clínicas da Unicamp. O InCor é uma das unidades do complexo HC e conta com recursos de uma fundação privada, a Fundação Zerbini.
O Datafolha também perguntou quais são as melhores instituições de saúde do país em determinadas especialidades. Nos hospitais públicos, foi avaliada apenas a oncologia. Ganhou o Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), com 13% das menções, seguido pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, com 8%.
Já na área privada, Einstein ficou em primeiro lugar em cinco especialidades (gastroenterologia, neurologia, oncologia, ortopedia, endocrinologia) e empatou na liderança em cardiologia. Para tratar doenças do coração, 15% dos médicos citaram a instituição de origem judaica, 13% apontaram o Sírio-Libanês e outros 13%, o InCor, que é público, mas atende pacientes particulares. A diferença está dentro da margem de erro, de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.
Para o cardiologista Fernando Ganem, diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês, o destaque na especialidade é reflexo de profissionais de excelência e de investimentos em tecnologia.
“Conseguimos reunir um corpo clínico de alta qualidade, 90% estudaram no InCor, e oferecemos a estrutura que eles precisam para exercer aquilo que sabem fazer de melhor”, diz.
A pesquisa feita pelo Datafolha, por encomenda do Hospital Albert Einstein, ouviu 601 médicos brasileiros de todas as regiões do país entre novembro de 2024 e janeiro deste ano. Entre os médicos entrevistados, 76% fazem parte do corpo clínico de algum hospital ou atendem em uma instituição, a maioria (53%) se graduou em universidade pública e metade tem até 40 anos. A amostra foi montada de acordo com características da Demografia Médica de 2024, do Conselho Federal de Medicina.