Página Inicial Música Morre Edy Star, parceiro de Raul Seixas e ícone da contracultura, aos 87 anos

Morre Edy Star, parceiro de Raul Seixas e ícone da contracultura, aos 87 anos

Publicado pela Redação

De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa do cantor, ele morreu de insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda e pancreatite aguda

Divulgação/Andres Costa
Nos anos 1960, Edy Star compôs com Gil a toada “Procissão” que está no repertório da turnê de despedida de Gil, ‘Tempo Rei’

O cantor, compositor, dançarino e produtor Edy Star, de 87 anos, morreu na madrugada desta quinta-feira (25), no Hospital Heliópolis, na zona sul de São Paulo. Star estava internado em estado grave, depois de sofrer uma queda em casa, na semana passada. Star foi transferido para o Hospital Heliópolis na quarta-feira (23), depois de esperar mais de 30 horas pela remoção na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Mariana, na região central da cidade.

Durante esse período, o biógrafo do cantor, o historiador Ricardo Santhiago, promoveu uma mobilização nas redes sociais para conseguir uma vaga para Star em um hospital que tivesse condições de cuidar de seu estado delicado de saúde o mais rápido possível. De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa do cantor, Star morreu de insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda e pancreatite aguda. O texto diz ainda que o cantor morreu “de forma serena, sem dor, enquanto recebia tratamento médico”.

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Saiba mais sobre a trajetória de Edy Star

Nascido em Juazeiro, na Bahia, Edivaldo Souza, nome de batismo de Star, começou a carreira na adolescência se apresentando no programa A Hora da Criança, da Rádio Sociedade da Bahia. Nos anos 1960, se aproximou, assim como outros artistas de sua geração, do eixo Rio-São Paulo em busca de novas possibilidade artísticas. Ainda nos anos 1960, compôs com Gil a toada “Procissão” que está no repertório da turnê de despedida de Gil, “Tempo Rei”.

Ganhou destaque ao participar do álbum “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10”, de 1971, ao lado de Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada. Nessa época, já contestava normas da sociedade, sobretudo as sexuais, em shows na Praça Mauá, no centro do Rio de Janeiro.

Em 1974, lançou seu álbum primeiro álbum solo, “Sweet Edy”, para o qual ganhou músicas inéditas de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Mautner e da dupla Roberto e Erasmo Carlos.

Na capa, a imagem de um artista glam, com inspiração em nomes como David Bowie, T. Rex, e Alice Cooper. Gil, aliás, compôs para ele a canção Edith Cooper. O movimento, que o tornou o primeiro artista do gênero no Brasil, veio da esteira de sua participação na versão brasileira do musical The Rocky Horror Show. Star também foi o primeiro cantor brasileiro a assumir homossexual.

Nos anos 1990, Star se mudou para a Espanha onde atuou no teatro e como produtor de boates. De volta ao Brasil, passou a ser cultuado por uma nova geração. Em 2017, lançou seu segundo álbum, Cabaré Star, com produção musical de Zeca Baleiro e Sergio Fouad.

Atualmente, divulgava um projeto de financiamento coletivo para lançar um álbum só com músicas do amigo Raul Seixas.Também movimenta as redes sociais com postagens em que abria seu baú, ou, “bolsinha”, como ele costumava chamar, para mostrar fotos ao lado de grandes nomes da música brasileira.

Recentemente, o historiador Ricardo Santhiago lançou a biografia Eu Só Fiz Viver – A História Oral Desavergonhada de Edy Star (Editora Popessuara). Star também foi tema do documentário Antes que Me Esqueçam, Meu Nome é Edy Star, dirigido por Fernando Moraes.

 

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira

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