Cantora estava fazendo tratamento em Nova York, Estados Unidos, porque em agosto de 2024 o câncer voltou em qautro locais do corpo, sendo dois linfonodos, uma mestástase no peritônio e um nódulo no ureter
Morreu neste domingo (20), aos 50 anos, a cantora Preta Gil. A artista lutava contra um câncer colorretal, diagnosticado em janeiro de 2023, que entrou em remissão no final do mesmo ano, que não significa cura, para isso é preciso que dure pelo menos cinco anos. Ela descobriu o adenocarcinoma após ser internada com desconfortos intestinais. A cantora estava fazendo tratamento em Nova York, Estados Unidos, porque em agosto de 2024 o câncer voltou em quatro locais do corpo, sendo dois linfonodos, uma metástase no peritônio e um nódulo no ureter. “Eu tive um câncer no intestino que eu tratei, me curei dele, fui liberada pelos médicos completamente para seguir uma vida perto da normalidade. Estava indo muito bem na minha reabilitação e tenho exames periódicos para serem feitos enquanto estiver em remissão. Remissão é um período de cinco anos em que o câncer pode voltar. O meu câncer voltou.”, declarou a cantora à época.
Preta chegou a ser submetida a uma cirurgia de 20 horas em dezembro do ano passado para retirada dos tumores. A família ainda não se manifestou sobre a morte, mas a notícia foi confirmada pela assessoria de Preta. Na manhã deste domingo, que é celebrado o Dia do Amigo, Gomino e Carolina Dieckmann, haviam feito uma declaração para Preta, onde agradeciam pela amizade e relembravam momento ao seu lado. Preta deixa um filho, Francisco, de 28, e uma neta, Sol de Maria, de 7, além de um legado em lutas sociais, como o racismo, gordofobia e LGBTfobia – ela era bissexual assumida. “Eu costumo dizer que eu era a Preta no mundinho da Tropicália, achava que as pessoas eram que nem a minha família. O mundo não era assim”, afirmou certa vez a cantora à revista Forbes.

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Preta comemorou 50 anos de idade em agosto de 2024. Para marcar a data, ela lançou o livro Preta Gil: Os primeiros 50. Na época, em entrevista ao Estadão, ela se mostrou esperançosa. “Sou uma pessoa que chega aqui zero traumatizada com o que viveu, tudo serviu de lição pra mim, pra poder valorizar ainda mais esses próximos cinquenta. Estou cheia de gás, de ideias, de assuntos, e bora pra mais cinquenta que só tá começando”. No mesmo mês, Preta voltou a se tratar com quimioterapia após a recidiva do câncer em quatro diferentes lugares do corpo: dois linfonodos, uma metástase no peritônio e um nódulo no ureter. Em novembro, Preta sentiu dores na região abdominal e exames apontaram que ela estava com cálculos renais que entupiram o cateter que ela usava. Ela precisou interromper a quimioterapia e passar por cirurgia.
Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, afilhada de Gal Costa e sobrinha de Caetano Veloso, Preta era cantora, empresária e apresentadora. Nasceu em 8 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro, e sua infância foi dividida entre a Cidade Maravilhosa e Salvador, após a separação dos pais. Ela é a quarta de sete filhos de Gilberto Gil. Deixou a capital da Bahia em 1990, quando o irmão, Pedro Gil, morreu em um acidente de carro, e foi morar com a mãe no Rio de Janeiro, onde estudou teatro na CAL (Casa de Artes de Laranjeiras) e foi convidada pela cantora Marina Lima, sua prima, a participar do clipe “Criança”, dirigido por Flavio Colker, com produção de Andrucha Waddington e Zé Henrique Fonseca.
Apesar de ter crescido em meio a música, Preta começou atuando nos bastidores e trabalhou como produtos e publicitária. Mas com 28 anos ela decidiu focam na carreira musica, tendo apoio de grandes amigas como Ivete Sangalo e Ana Carolina. Lançou seu primeiro álbum em 2003, o ‘Prêt-à-Porter”, o álbum que marcou o início de sua carreira também veio com polêmicas, pelo fato de ter pousado nua na capa. Depois lançou outros discos, como: “Preta”, em 2005, “Sou Como Sou”, em 2012, e “Todas as Cores”, em 2017, álbum que celebrava a diversidade e trazia artistas como Marília Mendonça, Pabllo Vittar e Gal Costa. Preta, que começou a trabalhar no Carnaval de Salvador aos 16 anos, criou seu próprio bloco, em 2009, denominado “Bloco da Preta”, um dos mais populares do Rio de Janeiro.
Preta também teve destaque como empresária. Ela foi um das fundadoras da agência de marketing de influência e entretenimento Music2 + Mynd8. A empresa desenvolveu projetos para nomes como Pabllo Vittar, Xamã, Camilla de Lucas, Jessi Alves, Douglas Silva, Pequena Lo, entre outros artistas, atletas e influenciadores. Em 2019, a agência ganhou Prêmio Caboré, voltado aos profissionais da propaganda.
Como atriz, participou de novelas como: “Agora É Que São Elas” (2003, Globo), “Ti-Ti-Ti” (2010, Globo), “Caminhos do Coração” (2007) e “Os Mutantes” (20gilve08) —as duas últimas produzidas pela Record. Preta teve três maridos: Otávio Müller – pai de Francisco Gil Moreira Muller de Sá, único filho da artista – Rafael Dragaud e Rodrigo Godoy, com quem teve uma polêmica separação. Eu já estava insatisfeita com algumas coisas, com o diagnóstico fiquei ainda mais insatisfeita com o que estávamos vivendo como casal e pensei: ‘Não preciso ficar boa, me curar e me separar’. Foi uma das dores mais profundas que já senti na vida. Primeiro, porque sentia muito amor. Depositei nele muito esse lugar de cuidar de mim, eu projetei nele”, disse Preta, em 2023, em entrevista ao Mais Você, programa da Globo.