Página Inicial Saúde Mortes por gripe aumentam 127,2% na cidade de São Paulo – 12/06/2025 – Equilíbrio e Saúde

Mortes por gripe aumentam 127,2% na cidade de São Paulo – 12/06/2025 – Equilíbrio e Saúde

Publicado pela Redação

As mortes por Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) causadas pelo vírus influenza —que provoca gripe— aumentaram 127,2% na cidade de São Paulo neste ano. Até o dia 11 de junho, 175 óbitos foram registrados na capital. No mesmo período do ano passado foram contabilizadas 77 mortes.

Renato Grinbaum, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), afirma que a alta se deve provavelmente à circulação de uma variante mais agressiva.

“A gente já sabia que isso aconteceria, porque existe um projeto mundial de monitoramento do influenza, da Organização Mundial de Saúde, que apontava que a variante em circulação no Hemisfério Norte era mais agressiva do que a dos anos anteriores”, diz. Segundo ele, análises que devem confirmar a nova cepa serão concluídas em breve.

Os casos de gripe também cresceram. Até 11 de junho foram registradas 1.754 infecções, contra 983 no mesmo período do ano passado (alta de 78,4%).

As taxas de cobertura vacinal, por outro lado, estão baixas. Apenas 40,73% dos grupos prioritários —pessoas com 60 anos ou mais, crianças de seis meses a menores de seis anos e gestantes— foram imunizados. A meta é alcançar 90% de cobertura nesses grupos.

Entre os idosos, a cobertura é de 42,34%. No grupo de crianças a taxa está em 37,05%, e as gestantes têm o menor índice de vacinação, de 33,52%.

No total, até esta quarta-feira (11) foram aplicadas 2.231.704 doses da vacina contra a gripe no município.

Evaldo Stanislau de Araújo, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, reforça a importância da vacinação para evitar mortes e formas graves da doença.

“A morte por gripe num perfil de paciente muito idoso, enfermo e muito debilitado, é uma consequência possível. Mas, para os demais, mesmo com risco avançado, [sejam] idosos, pessoas com comorbidades, mas com uma reserva funcional boa, a vacina evita o óbito”, afirma Araújo.

“Temos que ter uma camada de anteparos. Primeiro, saúde geral boa, se alimentar bem e possuir bons hábitos de vida. Segundo, [adotar] as medidas de proteção individual nesses períodos de maior circulação viral –evitar lugares aglomerados, usar máscara. Terceiro, tomar a vacina na época correta, para se proteger. E se tudo falhou, usar o antiviral Tamiflu [fosfato de oseltamivir], disponível no SUS. Ele também reduz a evolução para formas graves. O que vemos, infelizmente, é que as pessoas esquecem todas essas medidas”, comenta o infectologista do HC.

A politização do debate sobre as vacinas e as fake news sobre os imunizantes também ajudam a explicar os baixos índices de cobertura vacinal.

“As pessoas falaram tanto de Covid, a questão da vacina ficou tão polarizada que uma vez mais a vacina contra a gripe sofreu o rescaldo disso. E aí as taxas de coberturas vacinais estão baixas e a resposta epidemiológica é o número alto de casos”, diz.

Febre alta, tosse, congestão nasal, dores no corpo e dor de cabeça, mal-estar e calafrio são sintomas da gripe. Dificuldade respiratória, tosse intensa e cianose (coloração azulada ou acinzentada da pele) indicam complicação.

Renato Grinbaum, da SBI, aconselha àqueles que forem de grupos de risco —idosos, crianças muito pequenas, imunossuprimidos e doentes crônicos— que busquem ajuda médica assim que aparecerem os primeiros sintomas. De acordo com o infectologista, a doença começa a ser transmitida de um a dois dias antes do surgimento dos sintomas.

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