Página Inicial Saúde Mounjaro protege mais o coração que Trulicity – 31/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

Mounjaro protege mais o coração que Trulicity – 31/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

Publicado pela Redação

A Eli Lilly afirmou nesta quinta-feira que seu medicamento mais recente para diabetes, Mounjaro, superou o Trulicity, seu remédio anteriormente mais vendido para a doença, na redução do risco de infarto e AVC em um amplo estudo comparativo.

No ensaio financiado pela Lilly, que incluiu mais de 13 mil pacientes com diabetes tipo 2 e alto risco cardiovascular, o Mounjaro reduziu o risco de eventos cardíacos adversos graves em 8% a mais do que o Trulicity, disse a farmacêutica sediada em Indianápolis.

O risco de morte por qualquer causa foi 16% menor para os pacientes que usaram Mounjaro em comparação aos que tomaram Trulicity, embora os pesquisadores ainda estejam analisando os dados para entender a razão dessa diferença.

O Mounjaro atingiu o objetivo principal do estudo, que era demonstrar não inferioridade em relação ao Trulicity na proteção cardíaca, afirmou a empresa, acrescentando que também proporcionou melhor controle glicêmico e maior perda de peso.

As ações da Lilly caíram 0,5% no pregão inicial. Evan Seigerman, analista da BMO, destacou em nota que, embora os resultados tenham reforçado os benefícios do Mounjaro, muitos investidores esperavam uma superioridade clara.

O cardiologista da Universidade Stanford, Chad Weldy, disse que os novos dados podem levá-lo a recomendar a troca do Trulicity pelo Mounjaro, pelo menos para pacientes com diabetes tipo 2, obesidade ou problemas cardíacos. No entanto, ressaltou que cobertura do plano de saúde, preferências do paciente e tolerância serão decisivos na escolha final.

Destaques do estudo

Mounjaro (tirzepatida) é um medicamento para diabetes que atua na proteína GLP-1 e também é usado para perda de peso. Nos EUA, sua versão para obesidade é vendida como Zepbound.

Trulicity, aprovado nos EUA em 2014, tornou-se um tratamento padrão para prevenção de doenças cardíacas em diabéticos após a FDA endossar esse uso em 2020, com base em dados que mostravam redução de 12% no risco cardiovascular.

Antigo carro-chefe da Lilly, o Trulicity atingiu vendas de US$ 7,4 bilhões em 2022, impulsionado pela aprovação cardíaca. Em 2023, o Mounjaro assumiu a liderança com US$ 11,5 bilhões, mais que o dobro dos US$ 5,2 bilhões do Trulicity.

Próximos passos

Kenneth Custer, presidente da divisão de saúde cardiometabólica da Lilly, disse à Reuters que os resultados fortalecem o Mounjaro como opção preferencial. O estudo, que durou quase cinco anos, foi o maior e mais longo já realizado com tirzepatida. A empresa planeja submeter os dados à FDA ainda este ano para uma possível expansão da aprovação em 2026.

A Lilly e sua concorrente dinamarquesa Novo Nordisk competem há mais de dois anos para provar que seus medicamentos GLP-1 —já reconhecidos por combater obesidade e diabetes — também podem tratar outras doenças e ampliar a cobertura de seguros.

Enquanto a Lilly testa o Zepbound para doenças cardíacas em obesos, a FDA aprovou em março de 2024 o Wegovy (da Novo) para esse fim. Um estudo menor já mostrou que o Zepbound reduz hospitalizações e mortes em adultos obesos com insuficiência cardíaca, mas a FDA ainda não o aprovou para essa indicação.

Dados de mercado e segurança

Segundo dados da IQVIA compartilhados com a Reuters, o Mounjaro já detém mais da metade do mercado norte-americano de tratamentos para diabetes, superando o Ozempic (da Novo).

No estudo, Mounjaro e Trulicity tiveram perfis de segurança similares, com efeitos colaterais leves a moderados (principalmente gastrointestinais), que geralmente melhoravam após ajuste de dose. No entanto, 13,3% dos usuários de Mounjaro interromperam o tratamento devido a reações adversas, contra 10,2% no Trulicity.

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