Página Inicial Negócios Omoda E5 é mais um SUV chinês elétrico, mas ataca faixa de preço com poucos rivais; veja teste

Omoda E5 é mais um SUV chinês elétrico, mas ataca faixa de preço com poucos rivais; veja teste

Publicado pela Redação


Na faixa dos R$ 200 mil, ele tem concorrentes que vão de R$ 20 mil a menos até R$ 20 mil a mais. SUV compartilha plataforma com o Chery Tiggo 5X, mas tem acabamento mais refinado e visual mais moderno. Conheça o Omoda E5, carro elétrico da categoria SUV que acaba de chegar no Brasil
O Omoda E5 é SUV elétrico de uma marca nova no Brasil, mas pertence ao mesmo grupo chinês que controla a Chery. Essa marca está presente no país há 16 anos e tem fábrica própria em Jacareí (SP).
O SUV tem um visual mais “futurista” que o Chery Tiggo 5X, modelo com o qual compartilha a mesma plataforma. No entanto, existem boas diferenças, especialmente nas dimensões dos carros. (veja mais abaixo)
O g1 testou o Omoda E5 em um autódromo de Campinas (SP), ambiente que permite explorar melhor o desempenho e os limites do SUV elétrico em maiores velocidades.
Omoda E5 é urbano com pitada de velocidade
Omoda E5
divulgação/Omoda
O motor elétrico do Omoda E5 entrega 204 cv de potência e 34,6 kgfm de torque. A aceleração, segundo dados da própria fabricante, acompanha esse perfil mais dinâmico: o modelo vai de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos.
Durante o teste no autódromo, a aceleração surpreendeu para um veículo alto e espaçoso, como se espera das dimensões de um SUV.
As retomadas após as curvas indicaram que o Omoda E5 foi pensado para agradar tanto quem prioriza conforto, quanto quem busca uma condução com uma pitada de pimenta.
Omoda E5
divulgação/Omoda
Foi comum sentir as costas sendo jogadas para o banco do motorista em todas as retomadas após desaceleração das curvas, ou quando precisávamos passar por algum cone que simulava um zigue-zague.
Trazendo para o cotidiano, entenda que o conjunto do Omoda E5 pode trazer conforto para quem sequer chega ao limite da via, assim como permite ultrapassagens na estrada, ou retomar rapidamente após um pedágio.
O teste em autódromo não permite avaliar com precisão o desempenho da suspensão em ruas esburacadas ou estradas irregulares. No entanto, a estabilidade do SUV elétrico, mesmo em curvas acentuadas, se mostrou animadora.
O carro apresenta um bom equilíbrio, resultado de um bom ajuste para direção mais apimentada, aliado ao centro de gravidade mais baixo típico dos elétricos, com o peso extra das baterias instaladas no assoalho.
Por fora, o Omoda E5 é típico carro chinês
Omoda E5
divulgação/Omoda
O Omoda E5 é baseado na plataforma do Tiggo 5X, mas apresenta mudanças significativas no exterior, especialmente nas dimensões do carro. (veja a ficha técnica abaixo)
A segunda diferença está no visual: o Tiggo 5X tem um design mais discreto, enquanto o Omoda E5 aposta em linhas ousadas que o aproximam de um SUV cupê, com destaque para o vidro traseiro bastante inclinado.
A dianteira do Omoda E5 é mais pronunciada, quase “bicuda”, e conta com uma grade frontal fechada, característica comum em veículos totalmente elétricos. Já o Tiggo 5X, por ser híbrido, mantém a grade aberta para permitir a entrada de ar necessária ao resfriamento do motor a combustão.

De modo geral, o Omoda E5 segue a estética dos elétricos chineses mais modernos, com um visual arrojado, repleto de ângulos marcantes e curvas.
A dianteira acomoda a entrada para o carregamento das baterias. Apesar de não ser o local mais ideal, acaba sendo prático para o uso de cabos curtos em eletropostos.
O motivo da insatisfação é que, em caso de um acidente — mesmo sem envolver outros veículos — o carregamento das baterias pode ser comprometido, fazendo com que o carro fique inutilizável até que a parte frontal seja substituída.
Seria como se, em um carro a combustão, uma colisão leve amassasse a tampa do tanque de combustível, impedindo o abastecimento. Com o agravante de que, no caso do Omoda E5, o reparo pode ser mais caro e ainda envolver uma espera extra pela chegada de um novo carregador ao Brasil.
A autonomia da bateria é de 345 quilômetros, um número competitivo e até superior ao de alguns rivais, como o BYD Dolphin Plus (330 km), Yuan Plus (294 km), GWM Ora 03 GT (319 km) e até o Volvo EX30 (338 km).
Omoda E5 tem LEDs traseiros com efeito 3D
divulgação/Omoda
O conjunto de luzes traseiras chama a atenção pelo visual tridimensional com barras verticais, conferindo um toque de modernidade pouco comum em carros a combustão da mesma faixa de preço.
O interior é predominantemente preto, sem o uso de cores chamativas, seguindo um padrão bastante semelhante ao do Tiggo 5X. Em outras palavras: não é bonito, mas não é feio.
As portas e o painel contam com amplas áreas revestidas em material macio ao toque, além de detalhes cromados nas caixas de som — como fazem carros caros de marcas como Mercedes. Os bancos dianteiros são inteiriços e têm visual esportivo na forma como “abraça” o corpo do motorista.
Na traseira, o aerofólio ganha destaque e reforça essa vontade de pisar fundo no acelerador.
Omoda E5 por dentro
Omoda E5 por dentro
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Com quem o Omoda E5 concorrre?
Pensando em SUVs elétricos, os dois principais nomes que chegam quando pensamos nos concorrentes do Omoda E5 são:
BYD Yuan Pro: R$ 182.990;
BYD Dolphin Plus: R$ 184.800;
BYD Yuan Plus: R$ 235.800;
Volvo EX30: a partir de R$ 229.950.
Na lista, BYD e Volvo saem na frente em preço e em um pós-venda já estabelecido no Brasil, sendo mais fácil encontrar suporte em mais municípios. O Neta X é quem tem o valor mais próximo do Omoda E5, mas sofre com a inexpressiva rede nacional instalada e com problemas financeiros na China que põe em xeque a viabilidade deste concorrente no mundo.
Porém, ter uma gigante como a Chery por trás da Omoda pode ser uma vantagem para o E5. Com este nome, já presente no Brasil desde 2009 e com fábrica em Jacareí (SP) que operou de 2014 até 2022, a novata pode tirar proveito da capilaridade do grupo para um pós-venda mais ágil.
Ainda não existe confirmação de que o Omoda E5 será fabricado no Brasil, mas dupla Omoda e Jaecoo têm o uso de uma planta fabril no Brasil em seus planos e eles devem ser concretizados na unidade que já produziu Tiggo 3X, Tiggo 2 e Arrizo 5, todos da Chery.
Se o Omoda E5 for fabricado nacionalmente, mesmo que em esquema de produção de montagem do carro e não na produção completa do veículo, a Omoda pode ter uma vantagem competitiva em relação aos outros nomes chineses que chegam ao país, especialmente por ficar mais distante do imposto de importação.
Seja em maior presença em mais cidades com lojas, seja em preços mais competitivos e que sofrem menos da variação cambial. Por enquanto, o Omoda E5 é mais um SUV elétrico chinês que tem bons números, anda bem e tem preço competitivo para brigar com a BYD no Brasil.

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