A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) notificou a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a confirmação de um caso de sarampo.
O caso é considerado como importado. Segundo a pasta, a investigação epidemiológica —ainda em andamento— indica que o local provável de infecção não foi o município de São Paulo.
O bebê, de 1 ano e 2 meses, viajou com os pais para a Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em 25 de março.
Os sinais e sintomas compatíveis com sarampo, com início de exantema (manchas vermelhas na pele), foram identificados em 16 de abril. A criança recebeu atendimento em um serviço de saúde local, onde teve o diagnóstico da infecção.
A secretaria não informou o estado de saúde do bebê nem o bairro de residência na capital paulista.
No dia 17 de abril, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo havia confirmado o registro do primeiro caso de sarampo no estado em 2025. O local de infecção é desconhecido, segundo a secretaria afirmou nesta quinta (5), em nota.
O paciente —um homem de 31 anos que mora na capital paulista— estava vacinado contra a doença e não precisou ser internado.
Em outubro de 2024, o município de São Paulo registrou dois casos importados de sarampo. Foram os únicos do ano. Os pacientes —uma mulher de 35 e um homem de 37 anos, moradores em Cidade Ademar, na zona sul da capital paulista—, tinham histórico recente de viagem à Europa. Não houve necessidade de internação.
O sarampo é caracterizado por manchas vermelhas (que podem aparecer de três a cinco dias após o contágio no rosto e atrás das orelhas, e depois se espalhar pelo corpo) e febre alta (acima de 38,5°) acompanhadas por um ou mais dos seguintes sintomas: tosse seca, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. A persistência da febre pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de cinco anos.
A transmissão do vírus do sarampo ocorre principalmente por vias aéreas —tosses e espirros, por exemplo.
A vacina contra o sarampo faz parte do PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde. A primeira é dada quando a criança completa 1 ano de idade (com a tríplice viral – sarampo, caxumba e rubéola). A segunda dose (com a tetraviral – sarampo, caxumba, rubéola e varicela) deve ser aplicada aos 15 meses.
Todas as pessoas de 12 meses a 59 anos de idade têm indicação para serem vacinadas contra o sarampo. Adolescentes e adultos não vacinados ou com esquema incompleto devem iniciar ou completar o esquema vacinal.
No ano passado, o Brasil foi recertificado pela Opas pela eliminação de sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita. Desde 2022, o país não registrava nenhum caso das doenças.
Esta foi a segunda vez que o Brasil recebe o certificado por erradicação do sarampo. O primeiro foi entregue em 2016, mas perdido em 2018 após fatores como fluxo migratório de países vizinhos, reintrodução do vírus no Brasil e novos surtos da doença —no período, foram registrados 39.779 casos.