Página Inicial Saúde Origem da Covid continua desconhecida, diz diretor da OMS – 27/06/2025 – Ciência

Origem da Covid continua desconhecida, diz diretor da OMS – 27/06/2025 – Ciência

Publicado pela Redação

Todas as hipóteses sobre a origem da Covid-19 seguem em aberto, afirmou nesta sexta-feira (27) o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressaltando que a China, onde foram detectados os primeiros casos, não forneceu todas as informações solicitadas pela entidade.

Os primeiros casos conhecidos da doença surgiram no final de 2019 na cidade chinesa de Wuhan, onde está localizado um instituto de virologia conhecido por suas pesquisas sobre os coronavírus. A OMS estima que a pandemia tenha resultado em cerca de 20 milhões de mortes no mundo.

“Continuamos pedindo à China e a qualquer outro país que tenha informações sobre a origem da Covid-19 que as compartilhe de forma aberta”, afirmou Tedros, após a apresentação das conclusões de um relatório elaborado por um grupo de especialistas encarregado de investigar a origem da pandemia.

“Atualmente, todas as hipóteses devem permanecer na mesa, incluindo tanto a transmissão zoonótica quanto o vazamento de um laboratório”, acrescentou. “A OMS reconhece que a China compartilhou parte das informações, mas não todas as que solicitamos.”

A longa investigação conduzida pelo Grupo Consultivo Científico da OMS sobre as Origens de Novos Patógenos (Sago) não permite esclarecer sua origem.

“Nada se conclui com certeza absoluta”, reconheceu María Van Kerkhove, epidemiologista americana que dirige o departamento de Prevenção e Preparação para Epidemias e Pandemias da OMS.

A questão de saber se a pandemia surgiu em razão de um vazamento acidental de um laboratório ou se foi transmitida de um animal para os humanos continua sendo motivo de debate.

Grande parte da comunidade científica se inclina para a hipótese de uma transmissão ao ser humano por meio de um animal intermediário, provavelmente infectado por um morcego.

Mas a hipótese do vazamento de um laboratório, que em um momento foi considerada teoria da conspiração, ganhou popularidade recentemente nos Estados Unidos. O FBI e o Departamento de Energia americano, por exemplo, apoiam essa ideia, com diferentes níveis de certeza.

Até mesmo a Casa Branca publicou em abril uma versão revisada de informações disponíveis em seu site sobre a Covid-19 que promove essa hipótese como a “verdadeira origem” do vírus.

A principal agência de inteligência americana, a CIA, anunciou em janeiro, “com um baixo grau de confiança, que uma origem da pandemia relacionada a pesquisas é mais provável do que uma origem natural”.

A China, por sua vez, classifica essa hipótese como “extremamente improvável”.

Em 2021, uma missão de especialistas designada pela OMS e enviada à China durante um mês pareceu descartar a hipótese de que o vírus tivesse escapado do instituto de virologia de Wuhan.

Essa missão, porém, só conseguiu entrar no país asiático mais de um ano após o início da epidemia, já que Pequim se mostrou muito relutante em permitir a visita. Suas conclusões foram recebidas com cautela e até mesmo ceticismo, especialmente nos Estados Unidos.

A OMS solicitou à China “acesso a centenas de sequências genéticas de pessoas infectadas com Covid-19 no início da pandemia, informações mais detalhadas sobre os animais vendidos nos mercados de Wuhan, bem como dados sobre os trabalhos realizados e as condições de biossegurança nos laboratórios de Wuhan”.

Mas até o momento a China não compartilhou essas informações, afirma a organização em um comunicado.

Dado que grande parte das informações necessárias para avaliar a hipótese de um vazamento em um laboratório não foi transmitida aos especialistas, “essa hipótese não pôde ser nem estudada nem descartada”, segundo a presidente do Sago, Marietjie Venter.

Os especialistas também solicitaram informações sobre o assunto a outros países, incluindo Alemanha e Estados Unidos, mas também não recebeu resposta.

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