Gigantes da tecnologia, como OpenAI, Google e Meta, já demonstraram incômodo em relação ao avanço de regulação restritiva em diferentes países, incluindo a Europa, que aprovou legislação severa aos olhos dessas empresas. No Brasil, o Marco da IA, que está em discussão na Câmara, sofreu pressões e alterações no Senado. “A inteligência artificial é importante demais para ser sufocada em burocracia nesta fase inicial, seja no nível estadual ou federal”, diz o documento.
As big techs também acreditam que têm o direito de usar obras protegidas por direitos autorais, como livros, filmes e arte, para treinar seus modelos. Segundo o jornal The New York Times, a Meta pediu à Casa Branca que emitisse uma ordem executiva para “esclarecer que o uso de dados publicamente disponíveis para treinar modelos é inequivocamente justo”. O plano não faz menções à lei de direitos autorais, mas tudo aquilo que for considerado obstáculo deve entrar na mira do governo.
Em janeiro, o governo Trump revogou a ordem executiva emitida no governo Biden que previa um controle mais rígido do desenvolvimento de IA, incluindo a avaliação de risco de modelos de inteligência artificial. Para garantir o mínimo de controle, o documento afirma que poderá deixar de direcionar recursos de IA para estados com leis mais restritivas, como a Califórnia, cujo governador democrata Gavin Newson vem incomodando Trump em diferentes frentes, como imigração.
Infraestrutura
O relaxamento de leis também é citado na parte que fala sobre o avanço em infraestrutura. Para construir data centers, fábricas de semicondutores e infraestrutura de energia, o documento afirma que o atual “sistema de licenciamento ambiental dos EUA e outras regulamentações tornam quase impossível construir esta infraestrutura nos Estados Unidos com a velocidade necessária”. Assim, a ideia é que o plano abra exceções para a construção de data centers e que leis ambientais sejam dribladas na liberação de obras.
O impacto ambiental da infraestrutura de IA é um dos principais pontos de preocupação de especialistas, especialmente pelo consumo excessivo de água para manter os sistemas de resfriamento dos data centers e o uso intenso de energia elétrica, que pode exigir fontes “sujas” de abastecimento.