Página Inicial Saúde Posso levar o paciente ao hospital em caso de emergência? – 09/06/2025 – Equilíbrio e Saúde

Posso levar o paciente ao hospital em caso de emergência? – 09/06/2025 – Equilíbrio e Saúde

Publicado pela Redação

Se um familiar sofre uma parada cardíaca em casa, devo levá-lo de carro até o hospital mais perto? Se sou usuário do SUS, como consigo atendimento em um hospital público de excelência? Que peso devo dar à indicação de hospital feita pelo meu médico no caso de uma cirurgia eletiva?

A relação do paciente com hospitais da rede pública e privada envolve muitas dúvidas. A Folha procurou médicos, planos de saúde e o governo estadual para responder a algumas delas. Veja abaixo.

1. Em caso de emergência, como um acidente ou infarto, o melhor é levar o paciente ao hospital mais próximo?

Diante de uma emergência médica, agir com rapidez e segurança é essencial. A orientação prioritária é acionar imediatamente o Samu (192) ou o Corpo de Bombeiros (193). Essas equipes estão preparadas para prestar o atendimento pré-hospitalar e realizar os primeiros socorros durante o deslocamento.

A atuação profissional desde o início garante maior chance de estabilização e encaminhamento ao hospital mais apropriado, aumentando as chances de sobrevida.

Não transporte a vítima por conta própria sem antes acionar os serviços de emergência. Além de fornecerem suporte por telefone, os profissionais saberão indicar a melhor conduta para cada caso.

Essa deve ser uma exceção. O transporte inadequado pode agravar o quadro clínico, e a ausência de suporte especializado durante o trajeto pode comprometer a segurança do paciente.

Apenas em situações extremas, quando o hospital está muito próximo e a condição do paciente se deteriora rapidamente, pode-se considerar o transporte próprio.

Milton Steinman, cirurgião-geral da equipe de trauma do Hospital Albert Einstein, especialista no atendimento a vítimas de situações extremas

3. Ao realizar o resgate, o Samu pode levar o paciente para um hospital privado mesmo que ele não tenha plano de saúde?

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) encaminha pacientes para hospitais da rede privada em casos de urgência e emergência quando existe documentação de cobertura do atendimento por plano de saúde.

Quando não há comprovação da cobertura de convênio, o paciente é encaminhado para o estabelecimento público mais adequado para seu atendimento.

4. Se o paciente tem plano de saúde, ele pode ligar para o serviço de ambulância de um hospital privado em vez do Samu ou Bombeiros? É vantagem?

Embora essa seja uma alternativa, podem existir limitações logísticas, especialmente quanto à abrangência geográfica e ao tempo de resposta. Nesse último caso, é importante verificar se há cobertura contratual.

Os serviços públicos possuem maior cobertura, são integrados à rede de atendimento pré-hospitalar e, em casos específicos, contam com suporte de resgate aeromédico (helicóptero). Por isso a orientação é sempre priorizar o Samu ou os Bombeiros em emergências graves.

5. Quando o caso não é de emergência, o melhor é procurar um hospital especializado ou ir a um hospital geral?

Quando o caso não é de emergência, o ideal é que o paciente consulte o especialista da área em ambiente ambulatorial. Pode ser um consultório ou um centro de especialidade, dentro ou fora do hospital.

Nesse espaço, o médico consegue saber a história do paciente e examiná-lo com tempo.

Polyana Piza, gerente médica da neurologia do Einstein

6. Se preciso levar uma criança a um pronto-socorro, devo escolher um especializado em pediatria?

Sim. Não precisa ser hospital pediátrico, mas um que tenha pronto-socorro de pediatria. Passar num hospital geral em que a criança não será vista por um pediatra não é recomendado. A pessoa acostumada a examinar adultos não consegue perceber especificidades da criança. A ausculta pulmonar, a visualização de ouvido e a prescrição de medicamentos para crianças é diferente, por exemplo.

7. Que peso devo dar à indicação de hospital dada pelo meu médico?

Um peso grande. Em geral, o hospital que o médico indica é aquele em que ele conhece a equipe de enfermagem, onde o pessoal do centro cirúrgico está habituado com a rotina dele e com o equipamento que ele prefere.

O médico circula melhor, se sente mais seguro e vai ter mais respaldo neste hospital.

Andrea Hercowitz, pediatra e médica de adolescentes do Hospital Albert Einstein

8. Se for uma cirurgia plástica, o que deve ser considerado pelo paciente na escolha do local?

Depende do porte da cirurgia. Se for uma cirurgia simples, curta e localizada, como uma rinoplastia, o paciente pode selecionar um hospital de pequeno porte ou mesmo uma clínica credenciada.

Se for uma operação mais longa, que abrange mais partes do corpo e exige anestesia geral, o paciente deve escolher um hospital maior, com recursos para tratá-lo em caso de emergência.

José Yoshikazu Tariki, ex-presidente da Federação Iberolatinoamericana de Cirurgia Plástica

9. Um leigo consegue saber, por observação, quando uma UTI é adequada? O que deve ser observado?

É muito difícil para o familiar avaliar se o atendimento é bom ou não, porque isso depende de vários fatores –se os horários de medicação estão sendo cumpridos, se os exames estão vindo no tempo adequado e se a equipe age com rapidez ao perceber uma alteração no estado de saúde.

A melhor forma de saber se o paciente está sendo bem atendido é se a equipe de enfermeiros, fisioterapeutas e médicos conversa com o familiar, explica o que está acontecendo e qual é o prognóstico.

Por exemplo, se o seu parente estiver entubado, a equipe tem que explicar que ele tem uma pneumonia grave, o pulmão não está fazendo a saturação adequada e por isso ele precisou passar por aquele procedimento.

Cláudio Marino, cirurgião de cabeça e pescoço e intensivista do Hospital Samaritano

As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) são a porta de entrada para o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Quando há necessidade de cuidados de alta complexidade em hospital de referência, como é o caso do Icesp, o paciente deve ser encaminhado pelo serviço de origem ou regulado pelo Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo (Siresp).

A destinação para a unidade de referência é feita com base no quadro clínico e na necessidade do paciente. Ou seja, o paciente não pode procurar, por conta própria, esses hospitais.

Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

11. Quais os motivos para um hospital ser descredenciado de um plano de saúde?

O descredenciamento pode ocorrer por solicitação do hospital, indícios de fraude, volume elevado de reclamações, desempenho assistencial abaixo do esperado, descumprimento contratual, inviabilidade financeira ou encerramento das atividades da unidade.

SulAmérica, operadora de plano de saúde, em nota

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