Página Inicial Saúde Pouca esporte tem menos benefício contra disfunção erétil – 11/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

Pouca esporte tem menos benefício contra disfunção erétil – 11/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

Publicado pela Redação

Praticar meia hora de atividade física moderada a vigorosa, cinco vezes por semana, traz mais proteção contra disfunção erétil do que praticar esportes apenas aos fins de semana. A descoberta é de um estudo brasileiro que analisou dados de 15.655 homens com idade acima de 40 anos atendidos em um hospital nacional entre 2008 e 2022.

Os resultados, publicados na revista internacional Preventive Medicine, apontam que a prevalência média de disfunção erétil de todos os participante foi de 22,4% ante 25,3% apresentado pelo grupo que não cumpriam recomendações de atividade física.

Já entre os chamados “guerreiros de fim de semana” (indivíduos que cumprem as recomendações de atividade física em apenas um ou dois dias da semana), o índice foi de 20,7%. O melhor resultado, porém, ficou com aqueles que eram regularmente ativos, distribuindo suas práticas em três ou mais dias da semana: 20,4%.

“O que mais nos chamou a atenção em nossos resultados foi a ênfase clara na importância de um padrão regular de atividade física, isto é, distribuir a quantidade por três ou mais sessões, para a saúde sexual masculina” destaca Eduardo Rossato de Victo, um autores e pós-doutorando no Centro de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein.

A diferença dos regularmente ativos para os que atuam apenas no fim de semana ficou mais evidente quando os dados foram ajustados na análise a outros critérios importantes de saúde e estilo de vida.

“Não significa que o ‘guerreiro de fim de semana’ não contribua para a saúde geral. Na verdade, qualquer atividade física é melhor que nenhuma. Porém, para a disfunção erétil, nossos dados sugerem que a distribuição da recomendação de atividade física ao longo da semana pode ter efeitos superiores e manteve-se consistentemente associada a uma menor probabilidade do problema”, diz o pesquisador.

A prevalência média encontrada pelo estudo corrobora a tendência de que essa é uma condição comum e com alta incidência nesta faixa etária (a média de idade dos analisados foi de 49,1 anos). “Contudo, é importante considerar que esse número provavelmente não reflete a totalidade do problema. Há uma subnotificação conhecida, com muitos homens não buscando ajuda médica”, alerta o pesquisador.

Estudos multicêntricos internacionais, segundo o Victo, apontam prevalências de até 48,6% em algumas regiões do país. “A disfunção erétil é um desafio de saúde pública ainda maior do que os números iniciais podem sugerir, e isso aponta para a necessidade de mais pesquisas e ações de conscientização no cenário nacional”, afirma o autor.

Barreiras ao diagnóstico e estigmatização da condição são alguns dos agravantes do quadro. A disfunção sexual é apontada ainda pelos pesquisadores como “um importante fardo econômico”, uma vez que o problema é associado do aumento de gastos com saúde e absenteísmo até ao impacto em relacionamentos e na qualidade de vida.

Além disso, a disfunção erétil está frequentemente ligada a outras condições de saúde como depressão, doenças cardiovasculares e maior risco de mortalidade geral. “Incentivar a prática de atividade física regular pode ser uma estratégia eficaz não só para a saúde sexual masculina, mas também para outras políticas de saúde pública no país, impactando positivamente a saúde geral da população”, pondera o pesquisador.

O estudo não investigou se a atividade física precisa ser mantida por toda a vida ou se os benefícios podem ser obtidos começando em qualquer idade. “No entanto, com base no conhecimento científico mais amplo, cumprir as recomendações de atividade física em qualquer fase da vida traz benefícios significativos para a saúde, incluindo a função erétil. Nunca é tarde para começar a praticar atividade física”, pondera Victo.

Irineu Farina Neto, urologista da clínica Amplexus e médico pela Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), explica que a atividade física é muito importante para a ereção masculina por diversos motivos.

“Primeiro, melhorar a oxigenação e a perfusão da região peniana para reduzir doenças como aterosclerose, diabetes, pressão alta, síndrome metabólica que podem influenciar na disfunção erétil”, aponta o urologista.

Outro benefício consequente é o impacto sobre a produção de hormônios. “Ter uma atividade física regular, principalmente pensar aqui em uma musculação, vai ajudar a reduzir as chances de uma disfunção erétil, na parte hormonal, na parte de redução do estresse, na parte de aumento de testosterona”, enumera Farina Neto.

Para o especialista, estudos como o divulgado na Preventive são muito importantes e trazem relevância para um tema cada vez mais presente na população com o avanço do envelhecimento da população.

“Com o passar dos anos, a tendência é que o idoso tenha maiores chances de ter alterações na vascularização, na oxigenação ali para a região do pênis e aumente as chances de uma disfunção erétil. Por isso, é muito importante atividade física regular, realização de exames, consulta com urologista, para poder prevenir”, reforça o médico.

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