Ele se tornou uma lenda, procurando partes perdidas das placas em múltiplas viagens ao Oriente Médio, e morreu na última delas, aos 36 anos, em 1876. Desde então, outros estudiosos tentaram dar continuidade ao seu trabalho, mas nem todas as peças estão reunidas em um só lugar, já que, ao longo dos anos, porções do épico apareceram em sítios arqueológicos, depósitos de diferentes museus e até sendo vendidas clandestinamente.
O jornal The New York Times estima que haja, pelo menos, meio milhão de placas de argila em coleções mesopotâmias de museus internacionais. Mas com poucos profissionais habilitados a ler este tipo de texto, muitas das relíquias em acervos seguem nunca corretamente catalogadas, traduzidas ou publicadas. Por isso, cerca de 30% de Gilgamesh ainda se encontra desconhecido ao público após 170 anos de esforços.
Qual é a história da epopeia?
A trama suméria relata a amizade entre Gilgamesh, um semideus que é também rei de Uruque, e seu fiel escudeiro, Enquidu. Juntos, eles matam Humbaba, o monstro guardião da Floresta dos Cedros, a morada dos deuses. Como vingança, os deuses matam Enquidu.
Em negação e tomado pelo luto, Gilgamesh se recusa a enterrar o amigo até se passarem sete dias da sua morte, quando uma larva cai do nariz dele. Para escapar o espectro da morte, o rei embarca em uma busca para encontrar seu antepassado Utnapistim, uma figura que sobreviveu a uma tempestade como Noé e descobriu o segredo para a imortalidade.