A Bolívia registra 74 casos de sarampo, a maioria na província de Santa Cruz, informou o governo neste domingo (29).
As autoridades confirmaram o aumento de casos nos últimos dois meses em três dos nove departamentos do país andino. Do total de casos, 68 estão em Santa Cruz, que tem 3,1 milhões de habitantes. Com isso, na terça-feira (24) foi decretada emergência sanitária nacional.
“Em Santa Cruz, o surto está distribuído em dez municípios”, disse o vice-ministro de vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde, Max Enríquez. “Uma semana atrás havíamos informado 60 casos, hoje estamos falando de 74”, acrescentou ao programa dominical da emissora estatal Bolivia TV.
Enríquez disse ainda que o governo aguarda “os resultados de 600 casos suspeitos que podem ser confirmados como positivos”.
Entre as primeiras medidas anunciadas estão a antecipação das férias escolares no departamento de Santa Cruz, epicentro do surto, e adoção de aulas remotas nas cidades de La Paz, El Alto e Potosí.
O primeiro caso foi detectado em abril em uma criança de 1 ano e 2 meses de idade, residente em Santa Cruz, com histórico de viagem ao Brasil.
Enríquez afirma que “a Bolívia foi declarada um país livre de sarampo em 2016 graças a campanhas intensivas de vacinação“, mas enfatizou que, para manter esse status, é fundamental alcançar coberturas superiores a 95% de imunização.
No sábado (28), o país recebeu uma doação da Venezuela de 100 mil doses de vacinas contra sarampo, rubéola e caxumba para reforçar suas campanhas de vacinação.
A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) considera o sarampo uma doença viral muito contagiosa que afeta principalmente as crianças. Pode causar diarreia intensa, infecções no ouvido, cegueira, pneumonia, inflamação do cérebro e até mesmo levar à morte. Seu período de incubação é de 7 a 21 dias.