Página Inicial Saúde TikTok barra SkinnyTok, mas conteúdos nocivos continuam – 26/06/2025 – Não Tem Cabimento

TikTok barra SkinnyTok, mas conteúdos nocivos continuam – 26/06/2025 – Não Tem Cabimento

Publicado pela Redação

Neste mês de junho o TikTok bloqueou a hashtag “SkinnyTok” após pressão de reguladores europeus. O termo de busca direcionava para conteúdos que promovem a perda de peso por meio de estratégias alimentares e exercícios físicos extremos, comportamentos que podem prejudicar a saúde mental dos usuários. De acordo com a médica psiquiatra e voluntária do Ambulim, Ana Clara Floresi, jovens e quem já convive com transtornos alimentares, como anorexia e bulimia, são os mais impactados por esse tipo de material.

Para ela, a alta exposição às redes e a adaptação de termos chamarizes sem revisão por parte das plataformas permite a continuidade da propagação desse tipo de conteúdo e as ideias extremistas que promove. “‘Skinnytok’ é apenas um exemplo pequeno”, diz.

Embora a plataforma afirme ao blog revisar regularmente suas medidas de segurança para acompanhar a evolução de potenciais riscos, disponibilizar informações confiáveis sobre saúde em sua ferramenta de busca e interromper padrões repetitivos para minimizar a exibição desses temas, vídeos intitulados “o que eu como em um dia” seguem circulando, apresentando dietas com número de calorias muito inferior às mais de 2 mil consideradas adequadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Dicas para evitar o consumo de doces e não sentir fome surgem com outras hashtags e termos.

De acordo com Ana Clara, o direcionamento de conteúdos para “comunidades” pró-anorexia e pró-bulimia ganhou tração com a multiplicação das redes sociais. Se nos anos 2010 eram restritas a grupos específicos, hoje se difundem em todas as plataformas sob hashtags, códigos, emojis e termos de busca mais refinados para “escapar” de algum filtro existente nas plataformas.

O motivo para que pessoas com esses transtornos busquem e adotem medidas extremas, mesmo cientes de orientações médicas que vão na contramão, é parte de um processo de aceitação da condição em si, explica.

Até mesmo alguém que não busque de forma ativa por termos do tipo pode sofrer um impacto negativo na autoestima e agravamento em casos de depressão e transtornos alimentares, diz Ana Clara. “Uma blogueira que fala de dieta como se entregasse uma informação de saúde e nutrição (o que geralmente não é embasado em orientação profissional), já pode colaborar com o adoecimento do seu público”.

No Instagram, por exemplo, apesar de as hashtags serem menos úteis como ferramenta de busca, o mesmo tipo de conteúdo é facilmente entregue em formato de vídeos curtos e carrosséis. Procurada pelo blog, a Meta, dona do Instagram, Facebook e WhatsApp não quis comentar o assunto quando perguntada sobre quais práticas adota para conter os impactos desse tipo de conteúdo em suas plataformas.

De acordo com a psiquiatra, já há informação suficiente de que este tipo de conteúdo é mentalmente adoecedor. Para ela, é necessário que políticas públicas encabecem a comunicação dos males do acesso precoce às redes, além da responsabilização das plataformas. “Enquanto as redes não se afetarem pelo papel que desempenham, é difícil ter repercussão”, finaliza.


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