Nas ilhas orientais, os tomates se comportam como as variedades cultivadas atualmente. Já nas ilhas ocidentais, mais novas e com solo mais pobre, os frutos começaram a produzir alcaloides antigos, compostos amargos usados como defesa.
Os alcaloides são típicos da família das solanáceas, que inclui berinjelas, batatas e pimentões. Em altas doses, essas substâncias podem ser tóxicas para os humanos.
Ambiente extremo pode ter forçado os tomates a resgatar essas características do passado, afirmam os cientistas. “As plantas podem estar reagindo a um ambiente que se assemelha mais ao que seus ancestrais enfrentaram”, disse o autor principal, Adam Jozwiak, bioquímico da Universidade da Califórnia, à BBC Wildlife.
Quatro aminoácidos presentes em uma única enzima parecem ser os responsáveis por essa mudança. Usando modelagem evolutiva, os pesquisadores confirmaram que o processo seguiu, de fato, para trás na linha evolutiva.
Teoria da “evolução reversa” ainda é polêmica. Muitos cientistas acreditam que a evolução segue sempre em frente. Mas o novo estudo desafia essa ideia. “Algumas pessoas não acreditam nisso, mas as evidências genéticas e químicas apontam para um retorno a um estado ancestral. O mecanismo está lá. Isso aconteceu”, disse Jozwiak, à New Atlas.