O conceito citado por Cortiz foi formulado pelo psicólogo e filósofo James Flynn em 1982. Na época, ele percebeu que os testes de QI nos Estados Unidos eram revisados a cada 25 anos e, curiosamente, pareciam mais fáceis para as novas gerações — ou seja, quanto mais antigo o teste, mais fácil ele parecia ser.
Só que algumas pesquisas mostram que o ‘efeito Flynn’ pode estar estagnado. Ou pior, pode estar acontecendo o reverso, ou seja, as próximas gerações podem apresentar quedas do QI
Diogo Cortiz
Algumas hipóteses apontam o uso excessivo de inteligência artificial e redes sociais como possíveis responsáveis por esse declínio. O pesquisador Michael Gerlich, da Swiss Business School, conduziu um estudo com 666 pessoas no Reino Unido e identificou uma correlação entre o uso frequente de IA e a diminuição do pensamento crítico.
O jornalista Helton Simões Gomes, que apresenta o Deu Tilt ao lado de Cortiz, reforça que, diante da ausência de consenso, é essencial analisar os dados com cautela.
Outro estudo, desenvolvido pela Universidade Carnegie Mellon em parceria com a Microsoft, revelou que, quanto mais os participantes — 319 profissionais que trabalham com dados e informações — dependiam da IA para realizar tarefas, menor era sua capacidade de pensamento crítico. O oposto também foi observado: aqueles que recorriam menos à tecnologia mantinham melhor desempenho cognitivo.
Os apresentadores apontam que o uso da IA vem carregado de uma promessa de eficiência. No entanto, essa narrativa pode ser ilusória — e até perigosa.