Página Inicial Negócios VÍDEO: Geely EX5 é bonito e refinado, mas o melhor é que não tem preço de elétrico; veja teste

VÍDEO: Geely EX5 é bonito e refinado, mas o melhor é que não tem preço de elétrico; veja teste

Publicado pela Redação


Conheça o Geely EX5, o SUV 100% elétrico que chegou ao Brasil
A Geely anunciou, em meados de julho, a chegada do EX5, seu primeiro carro totalmente elétrico no Brasil. Trata-se de um SUV com dimensões generosas — 4,6 metros de comprimento e 1,9 metro de largura — que, apesar do porte, chega com preço semelhante ao de modelos menores a combustão.
O EX5 chega ao Brasil em duas versões: Pro (R$ 205,8 mil) e Max (R$ 225,8 mil). O Honda HR-V, por exemplo, sai por R$ 209,9 mil na versão topo de linha, sendo ela menos equipada e com motor mais fraco que o EX5 na configuração de entrada.
No segmento de veículos 100% elétricos, o principal concorrente do EX5 é o BYD Yuan Plus (R$ 235,8 mil). O rival custa R$ 10 mil a mais, oferecendo potência, dimensões e autonomia inferiores. (veja as fichas técnicas abaixo)
O g1 passou um dia com o Geely EX5 em um trajeto de aproximadamente 200 quilômetros entre São Paulo e Indaiatuba (SP), incluindo uma visita ao autódromo Capuava, para avaliar se o SUV elétrico é melhor ou pior até que concorrentes a combustão de marcas mais famosas.
Veja as primeiras impressões abaixo.
Geely EX5 por fora
Design de chinês
Por fora, é evidente que o Geely EX5 lembra diversos modelos chineses, especialmente o Neta X. A ausência de grade frontal, o formato das curvas, as linhas laterais, o estilo da iluminação diurna, a posição dos faróis e até o desenho das rodas são bastante parecidos.
O EX5 adota um visual minimalista e até o nome do modelo aparece discretamente, em um tom de cinza sobre a carroceria também cinza, quase se camuflando.
Se o exterior não impressiona, o interior traz aposta forte em requinte e conforto. Os bancos seguem a mesma paleta de cores e até a textura dos acabamentos das portas.
Já o console central chama atenção por ser alto e amplo, quase como uma prateleira que separa os assentos dianteiros. Ele se estende em declive suave a partir da central multimídia de 15,4 polegadas, até o apoio de braço.
Geely EX5 por dentro
À primeira vista, o console elevado pode parecer um desperdício de espaço, mas, na prática, ele facilita o acesso aos compartimentos próximos, como o carregador de celular por indução e até a alguns atalhos rápidos para o controle da ventilação.
Ter tudo “à mão” transmite uma boa sensação de praticidade, e a presença de botões físicos é um alívio em um mercado cada vez mais dependente da central multimídia. Um único detalhe causou confusão nos primeiros minutos do teste: os controles dos vidros são invertidos — para subir, é preciso empurrar o comando para baixo; para descer, puxá-lo para cima.
Outro destaque positivo da cabine é a projeção das informações no para-brisa, conhecida como HUD (Head-Up Display). Nela, o motorista encontra praticamente tudo o que precisa: velocidade, limite da via, instruções de navegação do GPS e até os ajustes do piloto automático adaptativo.
Durante todo o teste, não houve necessidade de consultar o painel de instrumentos de 10,2 polegadas. Diferentemente do que ocorre no Volvo EX30 — que eliminou o painel sem oferecer uma alternativa próxima da linha de visão —, no EX5 a tela do motorista poderia ser retirada sem prejuízo à experiência de condução.
Em termos de conforto, os bancos dianteiros oferecem massagem, ventilação e aquecimento. Mas um detalhe curioso chama atenção: uma gaveta sob o assento dos passageiros da segunda fileira. Ela permite guardar objetos que se deseja manter fora de vista e suporta até 3,5 quilos de carga.
Geely EX5 esconde gaveta sob os bancos traseiros
divulgação/Geely
É completo e falador
Ambas as versões compartilham a mesma bateria, motor e a maioria dos equipamentos, diferenciando-se principalmente pelo teto solar e pelos sistemas de assistência ao motorista, conhecidos como ADAS.
Há diversos recursos de assistência, como piloto automático adaptativo, assistente de permanência na faixa, leitor de placas de trânsito com reconhecimento de limites de velocidade, alerta de tráfego cruzado traseiro, aviso de abertura de portas com risco de colisão e detector de ponto cego.
Alguns desses sistemas são excessivamente barulhentos e repetitivos. O primeiro incômodo surgiu com o leitor de placas, que não consegue interpretar corretamente quando há dois limites de velocidade exibidos.
Isso ocorre quando há limites distintos para veículos leves e pesados, por exemplo. Na Rodovia dos Bandeirantes, onde carros podem trafegar a até 120 km/h e caminhões a 90 km/h, o EX5 insistia que o limite era apenas 90 km/h.
Não contente em discordar da placa de trânsito, o sistema emitia alertas sonoros frequentes sempre que o carro ultrapassava os 90 km/h — mesmo com o piloto automático ativado.
Outro alerta sonoro recorrente surgia sempre que o carro tocava as linhas da pista — mesmo durante mudanças de faixa intencionais.
Geely EX5
divulgação/Geely
Geely EX5 parece flutuar — e isso nem sempre é bom
Se nos alertas o Geely EX5 é exagerado e barulhento, no asfalto a suspensão surpreende ao absorver bem buracos e irregularidades. Na cidade, a sensação é de estar em um barco navegando por águas calmas.
Em termos de conforto, este foi um dos carros mais “macios” testados pelo g1. No entanto, essa suavidade parece um pouco excessiva. O excesso de conforto se torna um problema em curvas mais fechadas ou em acelerações mais fortes, quando a carroceria balança demais.
Esse tipo de comportamento transmite a sensação de que o EX5 poderia tombar com certa facilidade.
O centro de gravidade mais baixo — resultado dos quilos extras da bateria de 60,2 kWh instalada no assoalho — ajuda a manter o controle do veículo. Ainda assim, uma suspensão menos macia faria diferença na estabilidade.
A BYD, também chinesa, chegou ao Brasil com uma proposta semelhante de suspensão macia, mas rapidamente ajustou esse aspecto nos modelos lançados após o compacto Dolphin, o que melhorou a dirigibilidade.
No motor, os 218 cv de potência e mais de 30 kgfm de torque entregam o desempenho esperado. As acelerações são firmes, mesmo no modo de economia de energia, garantindo ultrapassagens seguras em qualquer situação.
A direção elétrica funciona bem, sendo bastante leve em baixas velocidades na cidade e mais firme em rodovias, acompanhando o comportamento mais arisco do velocímetro.
Com quem o EX5 concorre
No Brasil, há poucos SUVs totalmente elétricos com o porte do Geely EX5 e faixa de preço semelhante. Ainda assim, ele concorre diretamente com:
BYD Yuan Plus: custa R$ 10 mil a mais que o EX5 na versão topo de linha, tem motor 14 cv menos potente, acabamento com menos materiais macios, menos itens de série e autonomia de 294 km por carga — contra 413 km do Geely EX5.
Renault Megane E-tech: é R$ 54.190 mais caro que o EX5 topo de linha, 41 centímetros mais curto, com porta-malas 21 litros menor. Também oferece menos recursos de tecnologia e conforto, tem autonomia de 337 km por carga, embora o motor seja 2 cv mais potente.
Considerando o preço da versão de entrada do Geely EX5, de R$ 205,8 mil, é possível até compará-lo com modelos a combustão, como o Nissan Kicks (R$ 200 mil) e o Honda HR-V (R$ 209,9 mil) em suas versões mais completas.
Em ambos os casos, os concorrentes a combustão são menores, têm acabamento mais simples, menos recursos tecnológicos e desempenho inferior. O Honda HR-V entrega 177 cv, o Nissan Kicks apenas 125 cv — abaixo dos 218 cv do Geely EX5.

Geely EX5 2026
divulgação/Geely

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