Página Inicial Política Vieira: Não houve convite para autoridade chinesa em conversa sobre TikTok

Vieira: Não houve convite para autoridade chinesa em conversa sobre TikTok

Publicado pela Redação

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, negou nesta terça-feira (20), que haja um convite para que autoridades chinesas venham ao Brasil para tratar dos efeitos do algoritmo do TikTok.

A especulação veio à tona depois do vazamento de declarações da primeira-dama, Rosângela da Silva, em reunião da comitiva brasileira com o presidente da China, Xi Jinping. De acordo com relatos de pessoas presentes no encontro, Janja teria pedido para falar, destacando que o algoritmo da plataforma estaria favorecendo o avanço da extrema direita no Brasil.

“Eu estava presente e foi uma menção que o presidente Lula fez e que ele pediu o auxílio na hora à primeira-dama, o fato específico, foi dito o seguinte: que não é possível que se deixe que em plataformas digitais, que haja divulgação de temas de pornografia, de pedofilia e dos famosos desafios que correm nas redes digitais e que levaram à morte de uma criança de 8 anos há pouco tempo em Brasília”, começou o ministro durante depoimento à Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal.

“Tem que haver algum tipo de controle, não se pode deixar, afinal de contas, as plataformas que veiculam tem que ter algum tipo de responsabilidade. Foi nesse sentido, única e exclusivamente que se mencionou a questão na China e não há de forma algum nenhum programa de visita de especialistas para tratar do que quer que seja”, acrescentou.

Ao ser questionado mais de uma vez sobre o assunto, Mauro Vieira frisou que “não houve convite para nenhuma autoridade chinesa vir” ao Brasil.

A própria primeira-dama criticou à CNN o vazamento de suas falas, afirmando que foram “repassadas de maneira distorcida”.

“Vejo machismo e misoginia da parte de quem presenciou a reunião e repassou de maneira distorcida o que aconteceu. E vejo a amplificação da misoginia por parte da imprensa, e me entristece que essa amplificação tenha o engajamento de mulheres”, afirmou Janja.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teria ficado incomodado com a situação, de acordo com apuração da CNN. O petista deu um “puxão de orelha” na comitiva que o acompanhava na reunião.

Na semana passada, durante entrevista coletiva na China, Lula disse que partiu dele, e não da primeira-dama, a pergunta feita à Xi Jinping sobre o TikTok.

“Primeira coisa que eu acho estranho é como essa pergunta chegou à imprensa, porque estavam só meus ministros lá. Então, alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa que aconteceu durante o jantar — algo muito, muito confidencial e pessoal. E, depois, fui eu quem fez a pergunta, não foi a Janja”, disse Lula.

Ainda de acordo com Lula, a pergunta foi sobre a possibilidade de Xi enviar ao Brasil, uma pessoa de confiança do governo chinês para discutir a regulamentação das plataformas. Durante sua fala, ele defendeu a primeira-dama.

“O fato da minha mulher pedir a palavra é porque ela não é cidadã de segunda classe. Ela entende mais de direito digital do que eu e resolveu falar”, afirmou.

Você também pode gostar

Deixe seu Comentário